"Desespero total": Pastor Everaldo (PSC) pediu dinheiro a Cunha, aponta PF


Eduardo Cunha participa de culto realizado pelo pastor Everaldo (PSC) no Rio, em imagem de fevereiro de 2015
Mensagens de celular indicam que o presidente nacional do PSC, Pastor Everaldo, teria pedido dinheiro para seu partido ao ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB), aponta a Polícia Federal.
Em uma dessas mensagens, realizadas no ano de 2012, quando houve eleições municipais, Pastor Everaldo chega a afirmar a Cunha que estava em "desespero total" para receber os recursos.
A informação consta nos documentos da investigação sobre o suposto esquema de liberação de recursos da Caixa Econômica Federal para as companhias --dos ramos de frigoríficos, de concessionárias de administração de rodovias e de empreendimentos imobiliários-- por meio de direcionamento político, com participação de Cunha e do ex-ministro Geddel Vieira Lima, que ocorreriam em troca de pagamento de vantagens ilícitas.
Na noite de 17 de agosto de 2012, Geddel, então vice-presidente de pessoa jurídica da Caixa, enviou a seguinte mensagem ao celular de Cunha: "Caso da Dinâmica de Everaldo resolvido".
De acordo com a Polícia Federal, "ao que tudo indica, essa empresa seria a Dinâmica Segurança Patrimonial, cujo sócio-administrador é Edson da Silva Torre que, conforme mensagens de Eduardo Cunha, é um sócio do Pastor Everaldo".

PSC "perturbava" Cunha e Geddel

Ainda de acordo com a PF, "embora não haja outras mensagens que confirmem se tratar diretamente desse caso da 'Dinâmica', chamou atenção outros diálogos envolvendo o Partido Social Cristão, já que em outra conversa, do dia 11/09/2012, Eduardo Cunha o questiona [sobre repasses ao PSC] pois, 'tão me perturbando', no que Geddel também informa que estariam perturbando ele também".

No pedido de busca e apreensão, o Ministério Público aponta que Geddel agia "internamente, em prévio e harmônico ajuste com Eduardo Cunha e outros, para beneficiar empresas com liberações de créditos dentro de sua área de alçada e fornecia informações privilegiadas para outros membros do grupo criminoso".

Outro Lado

A assessoria do Pastor Everaldo afirmou que ele não se pronunciaria, pois não teve acesso aos documentos da investigação que o citam.
 
O PSC afirma, em nota, "não ter tido acesso a nenhuma informação referente à Operação Cui Bono". A nota acrescenta que "todas as doações feitas ao PSC obedecem à legislação eleitoral vigente e são devidamente informadas à Justiça Eleitoral por meio das prestações de contas."
Por meio de nota, um dos advogados de Cunha, Pedro Ivo Velloso, informou que a defesa do ex-deputado "não teve acesso até o momento à investigação, mas, desde já, rechaça veementemente as suspeitas divulgadas".
A reportagem tentou falar com Geddel Vieira Lima por telefone ao longo de toda a tarde desta sexta-feira, mas as ligações feitas para o seu telefone pessoal não foram atendidas.
A Caixa, por sua vez, disse, em nota, que o "banco está em contato permanente com as autoridades, prestando irrestrita colaboração com as investigações, procedimento que continuará sendo adotado".

Fonte: noticias.uou.com.br


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